"ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO RIO DE JANEIRO - 2010
METODOLOGIA
Foram utilizados 8 indicadores, construídos a partir do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, para a composição do Índice de Desenvolvimento Social. Buscou-se caracterizar situações relativas tanto ao domicílio quanto às pessoas que o habitam, disponíveis no questionário do universo, apresentados a seguir:
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Percentagem de domicílios particulares permanentes com forma de abastecimento de água adequada, ou seja, ligados à rede geral de distribuição;
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Percentagem de domicílios particulares permanentes com esgoto adequado, ou seja, ligados à rede geral de esgoto ou pluvial;
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Percentagem de domicílios particulares permanentes com lixo coletado diretamente por serviço de limpeza ou colocado em caçamba de serviço de limpeza;
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Número médio de banheiros por morador: numerador = nº de banheiros no domicílio particular permanente; denominador = nº total de pessoas no domicílio particular permanente;
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Percentagem de analfabetismo de moradores de 10 a 14 anos em relação a todos os moradores de 10 a 14 anos;
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Rendimento médio do responsável pelo domicilio em salário mínimo (SM de 2010); não entram responsáveis sem ""rendimento"";
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Percentagem de domicílios particulares, com rendimento do responsável até 2 salários mínimos; não entram responsáveis sem ""rendimento"";
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Percentagem de domicílios particulares, com rendimento do responsável igual ou maior que 10 salários mínimos; não entram responsáveis sem ""rendimento"".
Para que os dados fossem representativos para os setores censitários, foi necessário usar apenas o questionário do universo do Censo-2010, o que reduziu em muito o número de variáveis disponíveis. A partir do IDS calculado para o Estado do Rio de Janeiro, foi feito o recorte para os 22 municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
No aspecto de acesso aos serviços de saneamento básico, o IBGE investigou, em todos os domicílios do país, os três componentes mais importantes: abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Isso permitiu ao IDS incorporar uma ampla visão sobre o tema. Não obstante, como na sistemática censitária as perguntas se restringem às “formas” de acesso àqueles serviços, aspectos importantes sobre qualidade, periodicidade, custo e interação com outros serviços não são contemplados.
Quanto à condição de habitabilidade do domicílio, optou-se pelo número médio de banheiros por pessoa, conforme descrito acima. Esse pareceu ser, entre indicadores passíveis de serem construídos, o mais adequado.
Relativo à educação, o Censo 2010-universo só examinou a variável analfabetismo, portanto, tivemos que nos ater a ela como indicador de educação dos moradores do domicílio. Usamos o intervalo dos 10 a 14 anos de idade, porque se considera que qualquer pessoa nessa faixa etária deve estar alfabetizada.
Os indicadores de renda em 2010 foram calculados em número de salários mínimos vigentes nesse ano (1 salário mínimo = R$ 510,00). A caracterização socioeconômica das famílias foi realizada por meio de 3 indicadores. Para se ter uma ideia da situação econômica, utilizamos: o valor do rendimento médio do responsável pelo domicílio em SM; percentagem de domicílios particulares, com rendimento do responsável até 2 salários mínimos e; percentagem de domicílios particulares, com rendimento do responsável igual ou maior que 10 salários ¹.
FORMA DE CÁLCULO
Para a elaboração do IDS, a exemplo do cálculo do IDH e de muitos outros índices sintéticos, procede-se, em primeiro lugar, à “normalização” dos valores de cada um dos 8 indicadores, transformando-os em índices comparáveis entre si. Isso é feito para que todos sejam compatibilizados e tenham o mesmo intervalo de variação numa escala de 0 a 1 (0= pior situação; 1 = melhor situação). Para a ""normalização"" dos indicadores 1, 2, 3, 4, 6 e 8 aplicou-se a fórmula abaixo:
VNij = 1 – (MVi – Vij) / (MVi – mVi), onde:
VNij = valor normalizado na escala de 0 a 1 do indicador i no lugar j
MVi = maior valor obtido pelo indicador i entre todos os lugares pesquisados;
mVi = menor valor obtido pelo indicador i entre todos os lugares pesquisados;
Vij = valor obtido pelo indicador i no lugar j
No caso dos indicadores 5 e 7, diferentemente dos demais, quanto maior o valor do indicador pior a situação. Assim para a taxa de analfabetismo e para a proporção dos domicílios com rendimento per capita até um salário mínimo, os valores foram “invertidos” para que seguissem a mesma lógica de todos os outros e a fórmula adotada foi a seguinte:
VNij = 1 – (mVi – Vij) / (mVi – MVi)
Uma vez ""normalizados"" todos os indicadores, transformados em índices (cada um variando de 0 a 1, no conjunto geral dos recortes geográficos), calculou-se a média aritmética dos mesmos, correspondente ao valor sintético do IDS. Na tabela de dados da camada são apresentados os 8 indicadores (nomeados como Indic_...), 8 índices (nomeados como I_...) e o índice sintético geral (IDS).
Índices sintéticos e normalizados, como o IDS, só permitem comparações entre os elementos do grupo para o qual foram calculados. Por exemplo, o IDH de um país é perfeitamente comparável com o de outro, pois o índice foi calculado para o grupo “países do mundo”.
Dos 20.518 setores censitários que compõem a Região Metropolita do Estado do Rio de Janeiro, foram utilizados os 19.637 setores censitários urbanos. Os indicadores de saneamento básico em áreas rurais, tendem a jogar o índice para baixo, pois os parâmetros de medição adotados pelo IBGE, nem sempre são adequados para caracterizar o grau de desenvolvimento ambiental em áreas rurais. Sendo assim, optou-se pela utilização apenas dos setores censitários urbanos, não utilizando os 319 setores rurais e os 562 vazios ou não divulgados pelo IBGE (por questão de sigilo da informação).
[1] No cálculo do IDS do município do Rio de Janeiro e de suas divisões administrativas foi utilizada a renda domiciliar per capita. É preciso notar que a renda do responsável apresenta uma alta correlação positiva com a renda per capita"
